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Mostrando postagens de novembro, 2023

A AMAZÔNIA TEM SEDE! Uma campanha de ajuda aos povos da floresta

A Amazônia tem sede!  Essa é a realidade dos povos da floresta que sofrem com a seca extrema que assola a região, acentuada pela estiagem e pela crise climática. Por isso, é o mote da  campanha de ajuda humanitária da Província dos Jesuítas do Brasil por meio do Núcleo Apostólico Manaus  aos indígenas e ribeirinhos do rio Tarumã-Açu, no entorno da cidade. A campanha tem por objetivo realizar a compra de  kits de água potável  que constam caixa d’água, filtro de barro e recipientes. Os itens serão doados às comunidades atingidas: povos da etnia  Sateré Mawé, Tikuna e Tukano,  principais beneficiados junto com os ribeirinhos. A área que será apoiada possui cerca de 8 a 10 comunidades, com aproximadamente 70 famílias, que estão em isolamento forçado. A população chega a caminhar até quatro quilômetros para obter água.  Uma das principais dificuldades apontadas pelos que residem na Bacia do rio Tarumã-Açu está relacionada à falta de água potável para consumo. As crianças e os idosos são os

Manaus sem moradia e sem esgoto

Pesquisas recentes confirmam o que diariamente percebemos sobre o aumento das moradias de má qualidade em Manaus. As moradias inadequadas se multiplicam mostrando que os direitos humanos nada significam para os gestores da capital amazonense. Como principais responsáveis pela melhoria das condições de vida da população, os poderes públicos municipais, estaduais e federais fogem das suas responsabilidades, permitindo e até promovendo a segregação residencial. Levantamento do MapBiomas Brasil sobre a evolução das áreas urbanizadas nos últimos 38 anos (1985 – 2002) mostra que 5 municípios amazonenses estão entre as 12 cidades brasileiras mais afetadas pela expansão das favelas. Depois de Santo Antônio do Içá, Amaturá, Coari e Tonantins, a capital amazonense se destaca realizando 50% do seu crescimento em favelas. São áreas intensamente povoadas e desprovidas de infraestruturas básicas, como moradia de qualidade, escola, sistema de saúde, saneamento básico e trabalho. As populações des

Em Manaus, seminário expõe dramática situação das águas

O 1º Seminário do Fórum das Águas, que ocorreu no Centro Pastoral da Arquidiocese de Manaus (CEFAM), no dia 31 de outubro, teve a participação de diversas organizações da sociedade civil preocupadas com a degradação das águas na capital e no interior. O evento mostrou que os direitos humanos à água e ao saneamento, assim como o direito das águas, são violados todos os dia em Manaus e em toda a região amazônica. Através de performances místicas, apresentações teatrais, palestras e depoimentos de lideranças comunitárias, o Fórum das Águas denunciou a má gestão dos recursos hídricos na capital amazonense, alertando que a crise hídrica e socioambiental atualmente experimentadas podem se agravar ainda mais em virtude das mudanças climáticas provocadas pela desastrosa intervenção humana sobre a natureza. A falta de consciência ambiental, a exploração econômica predatória dos recursos naturais e o abandono das funções socioambientais do Estado estão entre as principais causadoras dessa situaç

Acre, Rondônia e Roraima assinam pacto pela Governança da Água

Foto: Valter Calheiros Pacto atinge adesão de todas as unidades federativas do Brasil e visa aperfeiçoar a gestão de recursos hídricos e a regulação dos serviços de saneamento básico para a população. Durante o 26º Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, realizado na sede do governo do Amazonas, em Manaus, um marco significativo ocorreu na última quinta-feira, dia 9 de novembro: a coleta das últimas assinaturas do  Pacto pela Governança da Água , articulada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Os estados do Acre, de Rondônia e Roraima aderiram ao documento. Esse feito, tornou oficial a adesão de todas as unidades da Federação brasileira a essa iniciativa que busca aprimorar a gestão de recursos hídricos e a regulação dos serviços de saneamento básico, a fim de garantir água em quantidade e qualidade para os cidadãos presentes e futuros.  O Pacto visa fortalecer a articulação entre os níveis federal, estadual e distrital para a gestão estratégica das águas n

Seca mostra a falta de gestão hídrica na Amazônia

Vivemos uma das mais severas estiagens dos últimos 100 anos. Os rios desaparecem diante dos nossos olhos, deixando a marca do sofrimento. Os ribeirinhos perdem o meio que lhe fornece a identidade e as condições de sobrevivência. Os indígenas se entristecem pelo desaparecimento das águas que colorem os seus estilos de vida e configuram os seus mitos e ritos. O ecossistema é penalizado pela redução da umidade. Toda a sociedade sente a ausência da água, que sustenta a sua produtividade e o seu dinamismo. As populações urbanas que já sofrem com a precariedade dos serviços básicos, sentem o peso do racionamento hídrico imposto pela companhia de água e esgoto. Cidades como Manaus, que nasce das águas, se dá conta de que a água não é ilimitada e por isso deve ser gerida responsavelmente. Essa seca mostra que a imensidão das águas não passa de uma ilusão. É necessário saber usá-las, direcionando-as para os serviços essenciais e tais serviços não devem obedecer aos parâmetros da lucratividade

1º Seminário do Fórum das Águas é realizado em Manaus

Na última terça-feira, 31 de outubro, a cidade de Manaus (AM) foi palco do 1º Seminário do Fórum das Águas, reunindo diversas vozes comprometidas em defender o direito humano fundamental à água e à preservação dos recursos hídricos na região. A iniciativa promoveu a sensibilização da sociedade, a visibilização dos desafios e a memória das lutas que envolvem o tema. O evento contou com as palestras de Marco Helano Fernandes Montenegro, coordenador de comunicação do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas); Jadson Maciel, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Tarumã-Açu; José Roselito Carmelo da Silva, mestre em Meio Ambiente do Instituto Federal do Amazonas (Ifam); Rogério Ribeiro Marinho, doutor em Geografia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam); e do Pe. Sandoval Rocha,  SJ , coordenador do Fórum das Águas. Para o jesuíta,   o Seminário marca um grito coletivo em torno do direito à água e ao saneamento, em um contexto em que se encontram pri

Águas brasileiras: Carta aberta a Lula

  Protegidos pelo silêncio da mídia, grupos privados capturam o saneamento. Processo contraria discursos do presidente e tendência internacional. Mas BNDES o financia – enquanto estrangula empresas públicas. Que está acontecendo? Exmo. Sr. Presidente Lula Em 1º de janeiro de 2023, assistimos esperançosos seu discurso de posse, quando afirmou que a principal diretriz do seu Governo seria o combate implacável à desigualdade, por meio do fortalecimento de várias políticas públicas, entre elas o abastecimento de água, a coleta e tratamento de esgotos. Foi, também por essa agenda que os integrantes das entidades que subscrevem esta carta estiveram incansavelmente nas ruas durante o processo eleitoral. O combate foi duro, mas o objetivo era justo, e somos parte da vitória. No entanto, nos é preocupante observar que, se o país continuar a seguir as políticas adotadas pelo BNDES, o saneamento básico afundará no abismo. A financeirização e a mercantilização do que é um direito humano são ló