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Mostrando postagens de julho, 2023

Concessionária de água causa revolta em Manaus

Não foram poucas as reclamações contra a concessionária Águas de Manaus ao longo do último fim de semana (21, 22, 23 e 24 de julho). A falta de água foi noticiada por todos os meios de comunicações, afastando qualquer tentativa de negação do ocorrido. As queixas dos moradores foram direcionadas tanto à Concessionária quanto à Prefeitura de Manaus, que sustenta o contrato desde o ano 2000. Também houve comentários indignados contra a Ageman - Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus, uma vez que ela não tem realizado o seu serviço de forma satisfatória. As manifestações ocorreram principalmente na zona oeste, mas o problema se estendeu pelas diferentes zonas da cidade, obrigando os moradores saírem com galões à procura de água.  No bairro Petrópolis, zona sul, as pessoas conseguiram abastecimento somente em uma torneira na calçada do CAIC (Centro de Atendimento Integral da Criança). Infelizmente, não se trata de um problema isolado. Moradores das zonas n

Manaus negligencia o saneamento indígena

  Nesta semana (14), a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou proposta que estabelece diretrizes para o saneamento nas áreas rurais, comunidades tradicionais e povos indígenas. O PL 2920/2022 obriga o poder público a promover o saneamento em áreas rurais, visando a universalização do acesso e usando estratégias que garantam equidade, a integralidade, a intersetorialidade e a sustentabilidade dos serviços, além da participação e do controle das comunidades afetadas. De acordo com o IBGE, 80% das pessoas residentes nas zonas rurais brasileiras não têm saneamento básico adequado. Há milhares de comunidades indígenas sem água potável, recolhimento de lixo e outros serviços de saneamento. Este desprezo racial não é novidade no Brasil. Com a chegada dos colonizadores, colocou-se em prática uma política genocida visando abolir os povos originários. Os oito milhões de indígenas residentes no território foram mortos, sendo reduzidos a pouco mais de 1.652.000 milhão pessoas, segundo o

Águas de Manaus é novamente condenada pela Justiça

Mesmo sofrendo investigações no âmbito dos poderes Judiciário e Legislativo, a concessionária Águas de Manaus segue praticando atos ilegais que prejudicam a população manauense. Acionado por consumidores, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) tem condenado a empresa por tentar faturar ilicitamente sobre os serviços de água e esgoto, realizando cobranças indevidas aos moradores da cidade. A empresa usa o poder que lhe foi concedido para extorquir a população sem medo de punições. A justiça emitiu sentença no processo nº 0715623-43.2021.8.04.0001 (12/07/2023) em que a magistrada anulou a Notificação de Infração de Ligação de Águas – NILA e a cobrança ilícita de R$ 8 mil reais realizada pela empresa. A sentença ainda condenou a concessionária ao pagamento de danos morais ao consumidor porque não conseguiu demonstrar a regularidade da multa e expôs o usuário à perda de tempo para solucionar o problema vivenciado. Foram fixados R$ 3 mil reais a título de indenização. Essa é somente uma

Favelização revela a crise socioambiental de Manaus

As informações do último Censo 2022 divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam o crescimento da população de Manaus em uma média que ultrapassa os 14% ao ano desde o último Censo em 2010. É muito superior à média nacional, que alcançou 6,4%. Em Manaus, saltamos de uma população de 1,8 milhão de moradores para 2,06 milhões no ano passado. Junto a este aumento populacional destaca-se também a produção de desigualdades e o pouco cuidado com o meio ambiente. A má gestão da cidade ao longo desse período é evidenciada pela expansão das áreas irregulares onde, por falta de opções, as populações mais pobres são obrigadas a construir as suas moradias. Pesquisas anteriores já apontavam para esse fenômeno, indicando que 53,3% das residências manauenses eram situadas em aglomerados subnormais, ou seja, palafitas, ocupações e loteamentos, locais com difícil acesso a saneamento básico e serviços essenciais (IBGE 2020). De acordo com a plataforma MapBiomas (202

A privatização da água em Manaus: semelhanças com o caso Corsan

  O Fórum das Águas de Manaus realizou com o Deputado Estadual Jeferson Fernandes (PT/RS) uma Live no Programa Passando a Limpo (16/06/2023), visando falar sobre a privatização dos serviços de água e esgoto de Manaus, ocorrida no ano 2000. O evento enseja fornecer ao Rio Grande do Sul elementos concretos para evitar a privatização dos serviços naquele Estado. Sandoval Alves Rocha, representante do Fórum das Águas, expôs o desempenho da concessionária Águas de Manaus, indicando a precariedade dos serviços como característica principal do empreendimento. A privatização em Manaus, que já contabiliza três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) na sua história, sendo atualmente conduzida pela Águas de Manaus, empresa pertencente ao grupo empresarial Aegea Saneamento. Este grupo também busca privatizar os serviços de saneamento em Porto Alegre, apesar das resistências apresentadas pela sociedade gaúcha. A experiência de Manaus pode fornecer ao Estado do Rio Grande do Sul informações mais

Salve a Floresta Manaós!

  Fonte: Cidades Inteligentes A Revista Nature Sustainability publicou resultado de pesquisa realizada recentemente intensificando a preocupação daqueles que buscam de alguma forma preservar a Amazônia e o meio ambiente em geral. A pesquisa, que foi destaque na Folha de São Paulo (29/06/2023), alerta que o impacto negativo da humanidade sobre biomas como a Amazônia tem efeitos mais danosos do que aquilo que até hoje se esperava. Segundo os estudos, a depredação da Amazônia que destruirá o equilíbrio natural das condições de vida na região afetará irremediavelmente o território. A pesquisa projetou a atuação simultânea de vários fatores destrutivos, chegando à conclusão de que a Amazônia será devastada mais rápido do que esperamos. Até então as projeções haviam sido feitas a partir da pressão de fatores isolados, vislumbrando cenários já bastante preocupantes, mas nesta nova pesquisa se considerou a atuação de vários fatores nocivos ao mesmo tempo. Esta pesquisa parece mais realista, um