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Mostrando postagens de março, 2024

Conflitos hídricos na Amazônia

Os conflitos hídricos estão em plena ascensão no mundo, no Brasil e na Amazônia. É sabido que a quantidade de água doce (2,5%) existente no planeta é imensamente menor do que a quantidade de água salgada (97,5%). Além disso, a maioria desta água doce é de difícil acesso, estando alojadas nas calotas polares, nos subterrâneos e na atmosfera (99,7%), enquanto os rios e lagos, que estão ao nosso alcance, representam um percentual bem reduzido (0,3%). Globalmente, ao contrário do que imaginamos, a quantidade de água doce disponível é extremamente limitada. Além da quantidade limitada, a água doce ainda é distribuída irregularmente na superfície da terra, promovendo maiores quantidades em algumas áreas e menores quantidades em outras regiões. A região Amazônica é um das regiões que tem mais água doce do planeta, concentrando 20% de toda a água doce do planeta. No mundo, segundo a ONU, a escassez de água potável atinge 2 bilhões de pessoas. Em tem países a situação é desesperadora. Essa situ

Fórum Amazonense de Reforma Urbana – direito à Cidade

A criação de uma Secretaria Municipal de Habitação e da Constituição do Conselho Municipal das Cidades, tem sido uma das pautas dos movimentos sociais e populares, desde a realização do Seminário habitacional em 2004 na Universidade Federal do Amazonas – também fruto de oficinas, encontros e mesas de debates e da realização da 1ª e 2ª Conferência da Cidade de Manaus. Em 31 dezembro de 2007, através da lei nº 1.198, foi constituído o Conselho Municipal de Habitação em caráter deliberativo e com a finalidade de assegurar a participação da comunidade na elaboração e implementação de programas na área habitacional, além de gerir o Fundo Municipal de Habitação. Em novembro de 2011, é criada a Secretaria Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários - SEHAF através da lei 1.605, no governo do prefeito Amazonino Mendes. Sendo extinta em 2013 pelo seu sucessor prefeito, Arthur Neto, desde então, foi uma década sem que o município de Manaus tivesse órgão para elaborar, discutir, aprovar, exe

Manifesto da Romaria das Águas

Hoje, Dia Mundial da Água, o Fórum das Águas do Amazonas, com as suas organizações e parcerias, quer mostrar a importância da água para a vida humana e para o ecossistema planetário. A partir deste lugar sagrado, que é o Encontro das Águas do Rio Negro com o Rio Solimões, vislumbramos as águas amazônicas nas suas diversas cores e confluências. Acompanhando o abraço das águas, vemos que os diferentes podem se unir formando um espetáculo de beleza colossal. O ser humano e o meio ambiente estão profundamente interligados em constante sintonia. A Amazônia e muitos dos seus povos possuem experiências de convivência respeitosas com a natureza, possibilitando o desenvolvimento humano, cultural e científico sem colocar em risco a sociobiodiversidade. Para essas sociedades, as águas são fontes de inspiração e relações harmônicas e equilibradas. Nesta convivência biosociocultural, a natureza é mãe e aliada. Trata-se de uma interação que gera vida e aprendizado coletivo. A água é um bem essencial

Fórum das Águas em parceria com o Fórum Permanente de Idosos do Amazonas

O Fórum das Águas do Amazonas continua o trabalho de sensibilização da sociedade em relação ao cuidado das águas e aos direitos humanos à água e ao saneamento. Desta vez o coletivo, representado pelo padre Sandoval Alves Rocha, mobilizou o Centro Estadual de Convivência do Idoso do bairro Aparecida com palestra para festejar o Dia Mundial da Água e reforçar a luta pelo saneamento básico na Amazônia. Por convite do Fórum Permanente da Pessoa Idosa – FOPI – a organização realizou a atividade, reunindo dezenas de representantes da entidade, além de diversos visitantes da Faculdade ESBAM, sobretudo, universitários do curso de Serviço Social. Na ocasião, podemos tivemos a oportunidade de conhecer as instalações do Centro de Convivência (CECI) e estreitar nossa parceria, visando à promoção e defesa dos direitos humanos. O evento foi um momento importante para fornecer informações sobre a precariedade da política de saneamento implantada na cidade. A concessão privada dos serviços de abas

Esgoto não combina com rios

Vivemos mais um episódio da saga da retirada dos flutuantes da Bacia do rio Tarumã-Açu. Centenas de flutuantes foram instaladas nesse rio ao longo das últimas décadas sem o menor cuidado pelas águas. Descartam toneladas de lixo e esgoto, promovendo a poluição hídrica, em um total desrespeito à vida aquática e à vida do próprio rio. A intervenção inadequada e irresponsável sobre os corpos hídricos marca a nossa época contemporânea, que é regida por uma mentalidade utilitarista e egoísta, minimizando a importância e o significado da água. A agressão ao rio Tarumã-Açu não é praticada somente pelos flutuantes que foram instalados ao longo do tempo no leito desta bacia, mas a violência às águas é causada também pela falta de saneamento básica, largamente conhecida em Manaus. Os efeitos deletérios provenientes da ausência deste serviço essencial se alastram também por todos os rios e igarapés da cidade, promovendo igualmente a degradação da vida aquática, humana e social. Se há indignação co

A violenta falta de saneamento em Manaus

O Censo de 2022 expõe o mapa do saneamento brasileiro, mostrando que ainda precisamos muito evoluir para alcançarmos um nível aceitável de respeito ao ser humano e ao meio ambiente. No maior bioma tropical do planeta, essa informação pode parecer estranha, mas trata-se de uma realidade vivida diariamente nas cidades e florestas amazônicas. A violência contra as pessoas e a biodiversidade da região também é praticada através da falta de saneamento básico. O último recenseamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2022) revela que 6 milhões de pessoas vivem sem água tratada no Brasil e 49 milhões de brasileiros vivem em lares sem redes de esgoto. Esta agressão é vivenciada de forma mais dramática nas regiões norte e nordeste, tornando visível a desigualdade estrutural que configura o país. No Nordeste, somente 41,2% da população possui esgotamento sanitário. Já no Norte, apenas 22,8% da população possui este serviço. No que diz respeito ao abastecimento de água,