As investigações da Polícia
Federal que vieram à tona nas últimas semanas mostram o terrível, risco vivido pelo
Brasil nos últimos anos. Nos últimos anos, o Estado brasileiro foi governado
por um perigoso grupo resistente às conquistas democráticas implantadas com a
redemocratização, a partir de 1985. As práticas e atitudes antidemocráticas
afetam dramaticamente a vida de um país, alterando significativamente o funcionamento
das instituições, mas também causando graves consequências na qualidade de vida
da população.
Segundo as investigações da PF, os
golpistas planejaram tomar o poder pela violência, estando dispostos a
assassinar pessoas, entre elas o presidente eleito Lula, o vice-presidente
Geraldo Alkmin e o magistrado Alexandre Moraes. Contando com o sucesso do golpe
e buscando criar condições para a sua deflagração, em 08 de janeiro de 2023, um
grupo de vândalos tomou violentamente as sedes dos Três Poderes da República em
Brasília, depredando os símbolos da democracia.
Relatório da corporação, resultado de quase dois anos de investigação, aponta que os envolvidos na trama golpista cometeram três crimes: tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, cujas penas somam de 12 a 28 anos de prisão. O ex-presidente Bolsonaro, declarado inelegível até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, já foi indiciado neste ano em três inquéritos: sobre as joias, a falsificação de certificados de vacina contra a covid-19 e agora tentativa de golpe de Estado. A intenção da trama golpista era tomar o poder político do país, ignorando a vida dura da população ao longo do território nacional.
A história do Brasil mostra que
as rupturas democráticas beneficiam pequenos grupos elitizados, imprimindo ao
povo grandes sofrimentos e deteriorando a qualidade de vida da população em
geral. A qualidade da democracia ou a sua total ausência condiciona o estilo de
vida da população de forma que quanto mais precária é uma democracia, mais
frágeis são os direitos fundamentais do povo. E quanto mais robusta é a
democracia, há uma maior consolidação de direitos essenciais. Se não há
democracia, os direitos fundamentais da pessoa humana são totalmente
desprovidos de garantia.
Nos anos do governo Bolsonaro,
que possui acentuada inclinação totalitária, podemos ver o quanto à população
foi desamparada nos seus direitos mais básicos. A educação e outros serviços essenciais
como saúde e moradia foram fortemente fragilizados. Durante a pandemia da
covid-19, a população ficou extremamente vulnerável, principalmente a parte
mais pobre. A devastação ambiental no Brasil gerou uma forte preocupação
nacional e internacional. Programas sociais e de atendimento às populações
indígenas e quilombolas foram desmantelados e o povo foi mais uma vez
esquecido.
O risco que o país viveu é um alerta para cuidarmos com mais apreço dos processos democráticos, buscando que eles sejam cada vez mais aperfeiçoados e fortalecidos. Jamais resolveremos os nossos grandes desafios calando a voz do povo ou impedindo que a população participe das suas discussões e decisões. Somente promovendo os direitos civis, políticos, sociais, culturais e ambientais, criando uma cultura dos direitos humanos vamos fortalecer a democracia, tornando-a acessível e realmente consequente para o povo.
Amazonas Atual - https://amazonasatual.com.br/golpe-antidemocratico-briga-pelo-poder-e-esquecimento-do-povo/
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