O Centro Cultural dos Povos da
Amazônia sediou o "Converge Amazônia", encontro de organizações socioambientais para discutir os impactos das mudanças
climáticas e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). O evento ocorreu na tarde deste sábado, 03 de agosto, reunindo
pesquisadores, lideranças comunitárias, representantes indígenas e
ambientalistas.
No painel “Rios, Igarapés e Áreas Florestais”, o padre Sandoval Rocha (jesuíta) representou o Fórum das Águas do Amazonas, abordando a problemática da gestão das águas na Amazônia. Segundo o religioso, a gestão dos recursos hídricos é essencial na contemporaneidade, priorizando a garantia dos direitos humanos à água e ao saneamento perante a racionalidade capitalista que tende a mercantilizar estes recursos naturais para beneficiar as grandes empresas de abastecimento de água, os empreendimentos hidrelétricos, as atividades minerárias e o agronegócio.
O direito à vida deve prevalecer
sobre as relações de mercado, por isso o acesso universal à água potável e ao
saneamento é imprescindível em sociedades democráticas e justas. Este direito
também impõe a necessidade de políticas públicas de proteção da natureza,
viabilizando o cuidado dos igarapés e florestas. Segundo o professor Daniel
Nava, a água é o mineral mais valioso da natureza, por isso é urgente a tomada
de consciência sobre a proteção das águas e a gestão adequada dos corpos
hídricos.
O painel "Mulheres Amazônidas e Iniciativas de Impacto" incluiu Vanda Witoto, Anne Moura e Glicia Cauper, que discutiram as contribuições e desafios enfrentados pelas mulheres na luta por justiça climática e social. Além desses, os painéis sobre ESG, economia popular no território e direitos dos povos indígenas, periféricos e ribeirinhos destacaram diferentes perspectivas e experiências, com contribuições de Marcivana Sateré-Mawe, Silvio Marques, Cacique Francisco Uruma e Ravi Veiga.
O evento também promoveu uma feira de economia popular, com mais de 30 expositores, celebrando a criatividade e solidariedade da região.
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