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Fórum das Águas reforça Caravana dos Direitos Humanos em Manaus


Entre os dias 28 e 30 de agosto, foi realizada a Caravana dos Direitos Humanos na cidade de Manaus, aglutinando diversas organizações que lutam pelos direitos fundamentais no território amazônico. O evento, que ocorreu na Casa de Retiro Irmão Vicente Cañas, foi promovido por coletivos da sociedade civil, entre eles a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, a Comissão Pastoral da Terra, o Fórum das Águas do Amazonas, o Conselho Indigenista Missionário, a Rede Eclesial Panamazônica, o Laboratório Dabukiri (UFAM), o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental e a Missão Sateré de Maués.

Ao longo do evento, as organizações destacaram múltiplas violações aos direitos humanos que afetam a dignidade do ser humano na Amazônia. As instituições trouxeram à tona casos de conflitos territoriais e contra a própria vida e o Fórum das Águas denunciou a violação dos direitos humanos à água e ao saneamento em Manaus e na região amazônica. Em uma das suas intervenções, o Coletivo destacou a importância da luta contra a privatização dos serviços essenciais que dificulta o acesso das populações mais pobres a direitos básicos como a água potável, o esgotamento sanitário e a saúde.

No último dia do evento, a CPT lançou o Caderno Conflitos no Campo Brasil 2023 no auditório Mãe Paula, na Arquidiocese de Manaus. O número de conflitos no campo em 2023 é de 7,46% maior do o registrado em 2022. Dos 2.2023 conflitos registrados no campo, a maioria dos conflitos é pela terra (1.724 conflitos), seguidos de ocorrência de trabalho escravo rural (251 casos) e conflitos pela água (225 registros).

Na Amazônia Legal, a violência tem crescido nas regiões como a da tríplice divisa dos Estados do Amazonas, Acre e Rondônia. Dos 31 assassinatos do país, 8 foram nesta região, sendo 5 causados por grileiros. Esta região, prometida como “modelo” desenvolvimento com foco na sociobiodiversidade, tornou-se epicentro de grilagem para exploração de madeira e criação de gado, com altas taxas de desmatamento, queimadas e conflitos.

A Caravana dos Direitos Humanos foi concluída com um Ato Público, que reuniu na Praça Heliodoro Balbi – Centro da cidade, as organizações e movimentos que participaram do evento. Desta forma, a população de Manaus também teve oportunidade de participar da luta pelos Direitos Humanos, sendo informada sobre os conflitos e as resistências. 

Os direitos humanos ainda não são respeitados no Brasil. A intolerância aos direitos humanos tem provocado também a perseguição àqueles e àquelas que defendem os direitos humanos. Defender direitos humanos no Brasil é caso de polícia, de justiça e, em muitas vezes, de vida ou morte. A cada mês, em média, 3 pessoas defensoras de direitos são assassinadas no Brasil.













 



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