Ao longo do evento, as organizações destacaram múltiplas violações aos direitos humanos que afetam a dignidade do ser humano na Amazônia. As instituições trouxeram à tona casos de conflitos territoriais e contra a própria vida e o Fórum das Águas denunciou a violação dos direitos humanos à água e ao saneamento em Manaus e na região amazônica. Em uma das suas intervenções, o Coletivo destacou a importância da luta contra a privatização dos serviços essenciais que dificulta o acesso das populações mais pobres a direitos básicos como a água potável, o esgotamento sanitário e a saúde.
No último dia do evento, a CPT lançou o Caderno Conflitos no Campo Brasil 2023 no auditório Mãe Paula, na
Arquidiocese de Manaus. O número de conflitos no campo em 2023 é de 7,46% maior
do o registrado em 2022. Dos 2.2023 conflitos registrados no campo, a maioria dos conflitos é pela terra (1.724 conflitos), seguidos
de ocorrência de trabalho escravo rural
(251 casos) e conflitos pela água (225 registros).
Na Amazônia Legal, a violência tem crescido nas regiões como a da tríplice divisa dos Estados do Amazonas, Acre e Rondônia. Dos 31 assassinatos do país, 8 foram nesta região, sendo 5 causados por grileiros. Esta região, prometida como “modelo” desenvolvimento com foco na sociobiodiversidade, tornou-se epicentro de grilagem para exploração de madeira e criação de gado, com altas taxas de desmatamento, queimadas e conflitos.
A Caravana dos Direitos Humanos foi concluída com um Ato Público, que reuniu na Praça Heliodoro Balbi – Centro da cidade, as organizações e movimentos que participaram do evento. Desta forma, a população de Manaus também teve oportunidade de participar da luta pelos Direitos Humanos, sendo informada sobre os conflitos e as resistências.
Os direitos humanos ainda não são respeitados no Brasil. A intolerância aos direitos humanos tem provocado também a perseguição àqueles e àquelas que defendem os direitos humanos. Defender direitos humanos no Brasil é caso de polícia, de justiça e, em muitas vezes, de vida ou morte. A cada mês, em média, 3 pessoas defensoras de direitos são assassinadas no Brasil.
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