No dia 14 de setembro de 2023, o Fórum das Águas havia
denunciado ao Ministério Público do Estado a falta de fiscalização dos serviços
de abastecimento de água e esgotamento sanitário na cidade de Manaus. As
denúncias foram baseadas em declarações do presidente da Agência Reguladora dos
Serviços Públicos Delegados do Município (Ageman) em audiência da Comissão Parlamentar
de Inquérito instaurada pela Câmara Municipal de Manaus, em março de 2023.
Na CPI 2023, o depoente declarou que a Agemam não tinha funcionários
suficientes para realizar a fiscalização. Ademais, o gestor afirmou que não havia
aplicado nenhuma multa à concessionária ao longo do seu mandato na Reguladora.
Além disso, ele informou que a Reguladora não tinha autorização para aplicar
multas à empresa, o que deixava o órgão sem respaldo jurídico para fiscalizar
adequadamente os serviços.
Os mencionados serviços são realizados pela concessionária Águas de Manaus, pertencente ao grupo empresarial Aegea Saneamento. Para o Fórum das Águas, a falta de fiscalização inflige um dos pressupostos fundamentais da concessão privada, uma vez que as metas estabelecidas em contrato não são acompanhadas, deixando a empresa atuar (ou não atuar) sem controle social nem institucional. Esta situação é preocupante, pois os serviços são alvos de múltiplas reclamações populares e processos judiciários.
Com os encaminhamentos realizados, o Coletivo planeja outras ações em prol dos direitos humanos à água e ao saneamento, que são violados em Manaus e na Amazônia. A experiência da privatização do saneamento tem sido frustrante, deixando muitas comunidades sem esses serviços essenciais, além de promover impactos desastrosos nos corpos hídricos que banham a capital amazonense.
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