No dia 06 de junho, representantes do Núcleo Apostólico dos Jesuítas de Manaus realizaram mais uma
entrega de “kits de água” aos indígenas que sofrem com a precariedade dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Manaus. A Campanha Amazônia Tem Sede foi iniciada
no ano passado, 2023, quando a Amazônia passava por severa seca que afetou os
rios da região com histórico rebaixamento das águas provocado pelas mudanças climáticas.
A seca atingiu diretamente 630 mil pessoas, colocando em risco a subsistência da população. Na região que tem mais água no planeta, diversas cidades ribeirinhas ficaram isoladas sem condições de deslocamento e interação com outras localidades. As famílias foram também afetadas pela falta de água potável, alimentação e outros serviços básicos. Naquela época, a Campanha beneficiou famílias ribeirinhas do Rio Tarumã-Açu.
Na última semana, a Campanha
Amazônia Tem Sede foi finalizada junto ao Parque das Tribos, bairro indígena
que possui 950 famílias, reunindo 35 etnias e 14 línguas. A iniciativa visa solidarizar-se
com os povos indígenas e todas as populações que enfrentam dificuldades de
acesso à água potável em Manaus e em toda a Amazônia. Os povos indígenas são historicamente
agredidos pela sociedade moderna, que ignora os seus direitos básicos.
A Campanha também chama a atenção dos poderes públicos para que se comprometam na implementação de políticas públicas que garantam os direitos à água e ao saneamento a todas as populações. Mesmo sendo uma região rica em água doce, a Amazônia se destaca pela falta de água potável e a ausência do tratamento do esgoto, submetendo os seus povos a doenças de veiculação hídrica e o meio ambiente a consequências fatais.
As catástrofes ambientais que vivemos exigem uma mudança
radical na gestão das cidades e na relação com a Natureza. O modo de produção capitalista
tem estimulado a destruição do planeta e apresenta-se como incapaz de fomentar
uma sociedade justa, democrática e sustentável. É necessário que
o cuidado da nossa casa comum seja prioridade acima dos
interesses econômicos que têm orientado atualmente as esferas sociais e
políticas.
Por Sandoval Alves Rocha, SJ
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