No dia 28 de maio, o Fórum das Águas do Amazonas se encontrou na
sua reunião mensal abordando temas de forte impacto na Amazônia. Uma das
discussões destacou a importância da Missão
Água, Saneamento e Higienização, que será realizada de 3 a 5 de junho, em
parceria com a organização Habitat para Humanidade. O objetivo da iniciativa é fortalecer a luta pelo direito à cidade através de ações de apoio
à permanência de famílias ameaçadas de despejo e à melhoria das condições de
acesso à água e saneamento em territórios populares.
A Missão mobilizará comunidades, lideranças comunitárias e de movimentos socais, visando promover a luta pelos direitos à água e ao saneamento na Amazônia. O evento também pretende acionar os poderes públicos, mostrando as reclamações das comunidades e evidenciando as diversas formas de violação aos direitos básicos na cidade de Manaus. Será um momento propicio para a manifestação das populações vulneráveis do munícipio como povos indígenas, populações das periferias e ribeirinhas.
O Fórum também discutiu a necessidade
da criação de um Centro de Direitos
Humanos vinculado à sociedade civil em Manaus. A iniciativa será da Arquidiocese
de Manaus, que sente a falta de um coletivo voltado para a defesa e promoção
dos direitos humanos na região. Percebendo esta necessidade, a Igreja Católica,
através de suas lideranças locais, tem se mobilizado para responder esta demanda,
buscando articular uma rede de defensores dos direitos humanos e ambientais.
Contando com a ajuda da Companhia de Jesus – Jesuítas, a Arquidiocese quer contribuir para que os direitos humanos sejam cada vez mais respeitados na região amazônica, contemplando também as necessidades dos povos originários, Quilombolas e Direitos da Natureza. A implantação dos direitos humanos e ambientais está na base de uma relação de respeito e de proteção da Natureza, assim tais direitos fundamentam uma sociedade justa e sustentável. A relação entre o Centro de Direitos Humanos e o Fórum das Águas foi evidenciada na reunião.
A mortandade de peixes no Lago do
Aleixo também foi assunto de debate no Fórum das Águas. A poluição causada por empresas privadas produziram a morte de
milhares de peixes, sendo objeto de investigação por parte da Polícia Civil,
Polícia Federal e Ipaam. Foram presos três pessoas e as empresas foram multadas
em um milhão de reais. A tragédia mostra a relação predatória entre o sistema
capitalista e a natureza. A lógica do lucro não respeita os limites do Meio
Ambiente e ignora qualquer ética ambiental.
Esta relação de destruição também vem
à tona na atividade mineradora, que
procura extrair minérios de forma criminosa em muitos lugares da Amazônia. A região
de Autazes (Amazonas) está ameaçada por organizações que buscam produzir potássio,
levando à poluição das águas, à devastação do meio ambiente e à agressão ao ser
humano do território, sobretudo aos povos indígenas que vivem na área.
Josiel Ferreira, membro do Conselho Estadual de Saúde, destacou a importância das ações do Fórum para implantação das políticas de saúde, tornando-as cada vez mais democrática. O Fórum das Águas se propõe mobilizar a rede de movimentos ambientais para incidir sobre estas realidades, buscando valorizar e promover a vida humana e não humana.
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