No dia 16 de maio, o Fórum das Águas e a Organização Habitat
para a Humanidade se reuniram com lideranças comunitárias e de movimentos
sociais para organizar ação de mobilização em prol dos direitos humanos à água
e ao saneamento na cidade de Manaus. Na reunião, as lideranças tiveram
oportunidade de manifestar o seu descontentamento com os serviços de água e
esgoto da capital amazonense.
O abastecimento de água e o esgotamento sanitário foram privatizados, mas não apresentam melhoras significativas deixando milhares de pessoas sem esses serviços na maior cidade da Amazônia. Além de não cobrir todas as localidades da cidade, o abastecimento de água não garante qualidade, nem eficiência. A população reclama das tarifas elevadas e da constante falta do líquido em muitos bairros. O esgotamento sanitário não chaga a 74% da população, prejudicando tanto a saúde populacional quanto os rios e igarapés que recebem grandes volumes de esgotos sem o devido tratamento.
A Missão Água, Saneamento e Higienização, que será realizada nos dias 3, 4 e 5 de junho, pretende visitar comunidades, escutar lideranças, denunciar a violação dos direitos básicos e mobilizar os poderes públicos para a implantação de políticas de saneamento adequadas, justas e sustentáveis. A reunião foi momento importante para decidir sobre a programação da Missão e encontrar consensos sobre a organização do evento.
No mundo atual, as questões e crises ambientais despontam de forma dramática, exigindo planejamentos e ações diferenciadas. A Amazônia está no centro desta discussão devida a sua incomensurável biodiversidade, sua riquíssima teia intercultural e a presença abundante de recursos naturais, demandando cuidado e a configuração de um novo olhar para o Meio Ambiente. Nesse sentido, a implantação de políticas públicas democráticas, justas e sustentáveis são compromissos essenciais para esta virada de perspectiva.
A água não pode ser considerada uma mera mercadoria geradora
de lucros para as grandes empresas de saneamento, ignorando suas relações com a
manutenção da vida, suas interações com as culturas, com as espiritualidades e
ancestralidades. A lógica fria e calculista do capitalismo não é capaz de
contemplar todas as dimensões e teias que conectam o fenômeno e a dinâmica da vida no
planeta. A mudança de olhar necessária para salvar a humanidade passa pela
superação da economia do capital que não ver outra coisa a não ser o retorno
financeiro em detrimento da dignidade humana e da preservação da natureza.
A Missão quer gerar uma reflexão no conjunto da sociedade amazonense sobre a importância do sanemanento básico e exigir um maior comprometimento dos poderes públicos com o cuidado dos bens comuns. A próxima reunião será no dia 31 de maio, no auditório do Espaço Loyola. Na ocasião, o coletivo discutirá os últimos detalhes da Missão.
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