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Fórum das Águas e Habitat para a Humanidade preparam ações em Manaus

O coletivo Fórum das Águas do Amazonas e a organização Habitat para Humanidade se aliam mais uma vez para planejar ações que destacam a importância dos serviços de abastecimento de água, saneamento e higiene na cidade de Manaus. A parceria se consolidou em reunião ordinária do Fórum das Águas, em 15 de abril, que aglutinou lideranças e organizações preocupadas com o cenário socioambiental da Amazônia.

Além deste assunto, o Fórum das Águas discutiu outras ações do coletivo: Roda de Conversa na Praça das Flores e V Tribuna das Águas na Praça Heliodoro Balbi (Praça da Polícia). A Roda de Conversa ocorrerá no dia 20 de abril de 2024, às 9h de manhã, e a V Tribuna das Águas será realizada no dia 04 de maio, também às 9h da manhã. Todas essas intervenções visam mobilizar a sociedade e os poderes públicos para a implantação de direitos básicos que não são respeitados na região amazônica: água, saneamento, trabalho, moradia e meio ambiente.

Um dos focos de discussão recaiu sobre o problema da privatização dos serviços de água e esgoto de Manaus, que vem causando reclamações e distúrbios socioambientais na maior cidade da região norte do Brasil. Os serviços foram privatizados no ano 2000, mas até hoje a Manaus não saiu da lista das piores metrópoles do país no quesito do abastecimento de água e saneamento. O atual ranking do saneamento produzido com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2022) mostra a capital amazonense na 86ª posição entre as cem maiores metrópoles brasileiras.

O Censo 2022 também oferece informações importantes revelando que Manaus possui apenas 76,2% dos domicílios ligados à rede geral de abastecimento de água, ocupando a 21ª posição entre as capitais do Brasil. Outros 13,1% (83.853 domicílios) utilizam poços profundos ou artesianos para o suprimento de água potável. A poluição dos inúmeros igarapés da cidade também gera preocupação, uma vez que não existe na cidade política pública direcionada para o cuidado destes corpos hídricos. A própria concessionária de saneamento lança esgotos nestas localidades e as indústrias costumam poluir os igarapés e rios com resíduos tóxicos.

Os serviços de esgotamento sanitário são motivos de constantes reclamações dos moradores e entidades que defendem os direitos humanos à água e ao saneamento. O SNIS (2022) informa que somente 26% da cidade possuem estes serviços, indicando que a privatização não tem apresentado desempenho satisfatório. Segundo o Contrato de Concessão firmado no ato da privatização (04 de julho de 2000), 90% da cidade já deveria usufruir destes serviços, mas as metas comumente não são respeitadas pela empresa.

As parcerias realizadas pelo coletivo Fórum das Águas do Amazonas são essenciais para a continuidade da luta pelos direitos à água e ao saneamento. Somos parte de uma grande rede socioambiental espalhada pelo território amazônico e brasileiro. Ensejamos contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, ética e sustentável. A ascensão das ideologias de direita e neoliberais são obstáculos que dificultam a consolidação da democracia participativa e fragilizam as iniciativas que visam a formação da sociedade do bem viver.



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