Em Manaus,
cedo acordei
Dificuldades
de respirar encontrei
Um fumo
escuro na cidade pairava
Um cheiro de
morte ali estava
Escuridão
formada pela queimada
E a natureza
de novo agonizava.
O bem-te-vi
estava triste
A arara-azul
quase não existe
O beija-flor
sem flores
A onça
pintada com dores
O fogo
fazendo horrores
O homem e
seus terrores!
Murchou a
bananeira
Queimou a
castanheira
O
angelim-vermelho caiu
O peixe-boi
nas águas sumiu
O boto,
assustado mergulhou
O
galo-da-serra desmaiou.
O jacaré,
fugindo, muito nadou
O tucano
para longe voou
O papagaio
apavorado gritou
A anta
dentro do rio saltou
A coruja
sufocada, desistiu
O
gavião-real, ninguém o viu.
O
sapo-cururu pulou, pulou, assou
O periquito
seus filhotes abraçou
O uirapuru
desesperado escapou
Uma
mangueira o fogo abrasou
O mundo das
formigas desabou
A vida de
milhares de insetos acabou.
Mulheres e
crianças na rua tossindo
Suas
narinas, de tanta fumaça doendo
Os hospitais
mais gente recebendo
Quem está o
crime ambiental vendo?
Quem está os
culpados punindo?
Para onde a
humanidade está indo?
(Adriano
Luís Hahn, setembro, 2023)
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