O coletivo Fórum das Águas promoveu ontem (01), uma manhã de debate sobre os problemas relacionados à questão da água em praça pública, no Centro Histórico de Manaus – AM, em alusão ao Dia Mundial da Água que foi celebrado no último dia 22 de março. O ato ocorreu na Praça Heliodoro Balbi.
O evento, intitulado “Tribuna das Águas”, trouxe representantes de movimentos sociais, do poder público e entidades que acompanham as discussões sobre água e saneamento básico em Manaus. A ideia era expor a problemática da água na cidade.
Nelson Gomes de Melo, um dos coordenadores do projeto Jaraqui, foi o primeiro a discursar na tribuna. Em alta voz, ele declarou a necessidade de uma educação emergencial sobre a água e o meio ambiente. “A iniciativa privada quer lucrar por um bem que é de todos. E mais!… Precisamos nos educar com a água e com os igarapés.” Ele lembrou o processo de impermeabilização dramática que a população viveu no sábado passado, em Manaus, de grande enchentes e alagamentos de bueiros. Segundo ele, “cabe aos cidadãos fazer a defesa das águas como propriedade do povo.”
Marcela Vieira, da Rede Jubileu Sul, destacou sua preocupação com o lixão de Iranduba, município da região metropolitana de Manaus. Em sua fala, advertiu para os riscos de rios e solos afetados pelo aterro. Pois, ela denuncia que a empresa Norte Ambiental pretende instalar o aterro em Iranduba, em vista de atender cinco dos municípios do estado: Manaus, Iranduba, Manacapuru, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva. No entanto, ela afirma que a obra irá prejudicar o meio ambiente e irá contaminar a água. “Temos que atentar para a preservação do nosso lençol freático, a contaminação da água e do meio ambiente pode ocorrer a partir do chorume, causados por resíduos do lixo. Na oportunidade, fez um apelo à população: Diga não ao lixão de Iranduba!”
De acordo com o “Ranking do Saneamento 2023“, estudo promovido anualmente pelo Instituto Trata Brasil, Manaus está entre as 20 piores cidades em tratamento de esgoto no país. Foi com base nesses dados que o economista e ex-deputado federal, José Ricardo, iniciou seu discurso no ato. “Quando olhamos para este retrato, vemos que precisamos gerar uma mobilização para cobrar o poder público. Infelizmente, o mundo tem olhado para uma Amazônia que deveria ser o exemplo, mas está afundada em igarapés sujos e águas contaminadas, onde a população sofre com as alagações, falta de drenagem e que carece de uma medida urgente relacionada ao esgotamento sanitário”, declarou.
Em um dos momentos finais, o vereador Rodrigo Guedes (Republicanos), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito das Águas, comentou sobre as dificuldades para reunir parlamentares que apoiassem as investigações de contratos da Concessionária Águas de Manaus que devem prestar um bom serviço à população. “A CPI veio a partir do Fórum das Águas. Foram 18 assinaturas de um total de 41 vereadores. Ficamos um tempo de um ano e seis meses com 13 assinaturas empacadas”. De acordo com o vereador, é um direito da população cobrar da concessionária que preste serviços adequados: “Já que é uma empresa contratada, então, é esse o nosso dever: fiscalizar, cobrar e denunciar. Uma vez que a população paga 100% de tarifa de esgoto. Ou seja, entre as mais caras do país.” Inclusive, uma das metas da CPI é a redução da tarifa de esgoto, “uma redução que caiba no bolso do cidadão”, afirmou.
A CPI instaurada no último dia 15, tem como alvo investigar os serviços prestados pela concessionária em relação a cobranças abusivas, qualidade na distribuição de água, taxa de esgoto e outros serviços contratuais de distribuição e fornecimento.
Entre debates e discussões, a Tribuna das Águas contou com a participação do grupo de música indígena Myrá Yiá- Heron, promovendo entretenimento cultural e muita descontração para quem esteve presente.
Participaram também do ato: Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados – SJMR Manaus; Fé e Alegria Amazonas; Associação Comunitária do João Paulo II; Articulação Amazônica do Povo Tradicional de Matriz Africana – ARATRAMA; Fórum das Mulheres; Rede um Grito pela Vida; Cáritas; SOS Encontro das Águas, Aliança todos pelo Gigante, etc…
Sobre o Fórum
O Fórum das Águas tem como princípio ser espaço público, amplo e democrático, aberto ao debate de ideias e experiências, articulador de ações eficazes junto aos movimentos da sociedade civil, lideranças comunitárias, educadores ambientais e demais entidades com a proposta de incidir na construção de políticas sobre a água na cidade de Manaus. Reúne-se mensalmente às segundas-feiras, na terceira semana do mês.
Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental - SARES Articulação de Mulheres do Amazonas- AMA Articulação Amazônica
dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana - ARATRAMA Xɛ́byosɔnɔ̀ Alberto
Jorge Silva Ọba Méjì Associação de
Desenvolvimento Sócio Cultural Toy Badé - ATB Lissánon Jonathan
Azevedo de SouzaAssociação do Conj. Habitacional Flamanal. Coletivo, Aliança
Todos Pelo o Gigante. CEBs regional Norte 1; Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Tarumã-Açu – CBHTA Escola Municipal Francisca Nunes Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia Movimento Salve o Mindu da Universidade do Estado do Amazonas – UEA Instituto Sumaúma Movimento Cultufuturista da Amazônia Levante Popular da Juventude Rede um grito pela vida; Conselho de Leigos e Leigas da Arquidiocese de Manaus; Pastoral da Criança da Arquidiocese de Manaus Equipe Itinerante Movimento Socioambiental SOS Encontro das Águas Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas Parque Municipal Nascente do Mindu; Movimento de Mulheres Negras da Floresta –Dandara Fórum Permanente das Mulheres de Manaus Remada Ambiental Uniao Nacional por Moradia Popular Movimento Nacional de Luta pela Moradia – MNLM Habitat para a Humanidade Brasil Coletivo de MULHERES DA EDUCAÇÃO Instituto Amazônico de Cidadania Comunicação PAAM - SARES
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