A PRIVATIZAÇÃO NÃO É A SOLUÇÃO
Manaus é constantemente afetada pela falta de água nas periferias, favelas, ocupações e palafitas, que abrangem mais de 53% de todos os domicílios da cidade (IBGE, 2021). Esta situação coloca Manaus entre as piores metrópoles do Brasil, como mostra o atual ranking do Instituto Trata Brasil, que acompanha o desempenho dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário das cem maiores cidades brasileiras.
Essa realidade geralmente passa despercebida pela grande mídia e raramente é tematizada nas redes sociais, mas nos últimos dias obteve visibilidade quando as zonas mais nobres da cidade sentiram dentro de casa a ineficiência da empresa Águas de Manaus, trazendo à tona o caos do saneamento em Manaus. Vários pontos das zonas sul, centro-sul e alguns bairros da zonas leste e oeste da capital padecem pelo vazamento do Reservatório do Mocó, desconstruindo a suposta excelência da iniciativa privada no mercado da água.
Diante desse desmando e desrespeito, o Instituto de Defesa do Consumidor (PROCON-AM) tem exigido que a empresa de água e esgoto faça o desconto nas faturas referente aos dias em que o abastecimento de água foi interrompido. Infelizmente, a reação não é tão enérgica quando a falta de água e esgoto acomete os bairros mais pobres, como é o caso da redenção, que constantemente reclama por falta de água e contas altas.
As periferias de Manaus sofrem diariamente com problemas ralacionados ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário, mas a questão aparece nas grandes mídias somente quando os bairros mais nobres são afetados. Manipulando os meios de comunicação, a empresa tenta projetar uma falsa imagem dos serviços realizados na cidade, vinculando a eficiência e a qualidade, no entanto, quem vive nas franjas da cidade e cotidianamente enfrenta os riscos da falta de água e esgoto sabe que essa imagem é uma Ilusão do Fausto. Somente quando os bairros nobres são afetados, o problema vem à tona e a falácia é desconstruída.
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