Em reconhecimento ao trabalho jornalístico do ancora da TV Bandeirantes e da Rádio Band News FM, Ricardo Boechat, a Câmara municipal de Itapevi promove a cada ano o Curso e Prêmio Ricardo Boechat de Jornalismo Político destinado a estudantes de jornalismo e jornalistas recém-formados. O curso e prêmio são desenvolvidos pela Escola do Parlamento Dr Osmar de Souza, em parceria com a Cátedra UNESCO/UMESP de comunicação para o Desenvolvimento Regional e o grupo de pesquisa "Jornalismo Humaninário e Media Intervention" tendo como objetivo contribuir para o aprimoramento da pauta política.
No último dia 03 de julho, representando o Norte do Brasil, Vinícius Souza, jornalista em formação da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), juntamente com o Coletivo Fonte 5, mostrou a situação do saneamento básico no Brasil, realizando a reportagem: água e saneamento, um direito de todos um privilégio para poucos. Vinícius retratou as contradições da gestão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário na cidade de Manaus, realizada pela concessionária Águas de Manaus.
Seguem as palavras de Vinícius Souza:
Quando fui convidado para participar do III Curso e Prêmio de Jornalismo Político Ricardo Boechat, não pensei duas vezes. Aquela era minha chance de trabalhar na minha área preferida, sem romantizar e falando a verdade que muitas vezes sinto falta nos periódicos manauaras. Agradeço ao meu coletivo, que confiou em mim e me oportunizou a responsabilidade de representar a Região Norte, e em específico, minha cidade natal, Manaus.
Segundo dados do Trata Brasil, quase 100% da cidade tem acesso à água tratada, mas pouco mais de um quinto dispõem de coleta de esgoto. E estamos falando de coleta, não tratamento.
Onde está o serviço pago mensamelmente pelos manauaras???
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) solicitada pelo vereador Rodrigo Guedes (Republicanos) necessita apenas mais uma assinatura para ser implantada.
Onde estão nossos representantes???
Saneamento básico não é um problema exclusivo da Região Norte, mas devemos aceitar que os anos passem e as soluções não cheguem?
A água também tem cor, refletida no racismo ambiental. Como as fontes primárias que entrevistei me mostraram: às vezes, falta até comida, mas doenças de veiculação hídrica, sobram. E os números da Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) não deixam dúvidas.
Claro, a população também tem seu papel: deve cobrar intervenções políticas e eleger atentamente seus representantes, mas também de colaborar com educação ambiental. Mas os eleitores realmente tem acesso à educação, ou apenas a pão e circo?
Vivemos em um estado democrático de direito, onde todos possuem direitos e deveres. A população tem os seus, a classe política e as iniciativas privadas idem. Mas enquanto a onda do deboche e dos memes for mais forte que o peso da responsabilidade, viveremos em um mundo artificial, fingindo revolta contra o sistema e buscando curtidas por sermos do “bem”.
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