O Fórum das Águas se reuniu nesta segunda-feira (18/07/22), seguindo a determinação de se encontrar na 3ª segunda-feira de cada mês. Diante do caos em que se encontra os serviços de abastecimeno de água e esgotamento sanitário de Manaus, não faltam assuntos na pauta. Neste encontro, o coletivo discutiu a sua partipação no X Fórum Social PanAmazônico (FOSPA), que ocorrerá entre os dias 28 e 31 de julho, na cidade de Belém.
Uma das nossas participações no FOSPA ocorrerá no grupo da Ecologia Integral e a outra terá lugar na tenda da Casa Comum. O evento acontecerá no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), que será palco da resistência e trincheira dos povos contra as ameaças do modelo de desenvolvimento destruidor em funcionamento. A apresentação do Fórum das Águas visa mostrar como a organização tem atuado para desmascarar o projeto neoliberal que tudo quer transformar em mercadoria. Buscamos defender nossas águas, rios e povos das artimanhas dos grandes empresários, banqueiros e acionistas que cooptaram o Estado e buscam mais enriquecer-se às custas das populações e da destruição do meio ambiente.
Na reunião, os participantes demonstraram preocupação com a gestão dos serviços de água e esgoto em Manaus. A atual concessionária Águas de Manaus, que é controlada pelo grupo empresarial Aegea Saneamento e Participações, dá continuidade ao contrato de concessão (04/07/2000), que tem viabilizado intenso processo espoliativo na capital amazonense. A empresa lucra milhões de reais mensalmente, mas coloca o saneamento da cidade entre os piores do Brasil, segundo o Ranking do Instituto Trata Brasil. Depois de 22 anos de privatização, a cidade tem somente 22% de cobertura de esgotamento sanitário e o abastecimento de água é precário, principalmente nas periferias.
As elevadas terifas cobradas pela empresa torna o saneamento básico um privilégio de poucos, ferindo um direito fundamental da população manauense. Além de receber gratuitamente obras realizadas pelo Estado (com recurso público), a empresa cobra a tarifa mais cara da Amazônia (SNIS 2020) e quer impor uma taxa totalmente inviável para ligar a rede de esgotos às residências da cidade. A Câmara dos Vereadores do Município (CMM) cogita instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a empresa que presta serviços insatisfatórios.
É necessário mostrar a inviabilidade da privatização desses serviços, pois ela causa discriminação e reforça a pobreza, empurrando os mais pobres literalmente para a sarjeta ou esgoto.
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